sábado, 17 de janeiro de 2015

Je suis Estatuto do Idoso, apliquem a lei, pô!

O busão, o cobrador e o avestruz.
Nunca pensei que poderia escrever sobre isto. Quem olhar o título vai pensar do que se trata? O cara pirou na maionese. Pois bem! Vamos aos fatos.
Como sabem, fundei o Instituto Vital do Bem Estar da Terceira Idade/Anjos da 3a. Idade há menos de um ano. O que me levou a percorrer esse caminho foram muitas razões, pois busquei sempre me engajar no serviço social, por humanidade, solidariedade e mais uns outros que tais. Confesso que fui muito ingênuo em ter uma visão periférica sobre o tema. Peguei o Estatuto do Idoso, e disse: – Vamos lutar pelos seus direitos, já que estava escrito na lei, cumpra-se a lei. Ledo engano. Leis em nosso país foram feitas para serem desrespeitadas, burladas, travadas, proteladas, inviabilizadas, etc. De uma lado os advogados altamente bem remunerados e com as suas equipes trabalhando para anular as punições e ou penas aos seus clientes. Mas existe uma outra questão muito forte nesse angu. A educação. A civilidade, o respeito, comportamentos alterados pela ignorância das pessoas. Além disso, não há o zelo pelo exercício simples da aplicação da lei. Ai que entra o que senti na pele e foi a razão do nosso título. E mais ainda, por que o avestruz? Por que esse animal foi lembrado justamente com os ônibus (busão), motoristas e cobradores? Simplesmente pelo fato de algo importantíssimo não ter sido aplicado. Vamos a ele.

Treinamento

Treinamento aos funcionários das empresas de ônibus. É notório a falta de capacitação aos colaboradores das empresas de viação. Algo que nunca passou pelo grifo dos dirigentes e empresários do setor e muito menos aos órgãos reguladores e autoridades dos governos, que nunca fizeram valer a sua aplicação. Uma verdadeira música do crioulo doido. Ninguém quer saber, é o jogo do empurra-empurra, seja o que Deus dará. Pega seu boné e vá para o seu posto, trabalhe e pronto. Simples assim? Muitas vezes sem um uniforme sequer. Só que não.

"Tô nem aí!"

É sabido que os ônibus possuem sinalização em destaque para os assentos preferenciais. Idosos, mães gestantes e com crianças de colo, os cadeirantes e deficientes, que possuem esse direito, regulados por lei. Os assentos são visualmente diferentes e possuem identificação visual bem definida. 
É a lei que os ampara. É a lei que deve imperar. E os funcionários condutores daquele veículo são os responsáveis em fazer valer este direito, fazendo a lei ser respeitada. Basta avisar o cidadão desatento que ocupa o lugar reservado à preferência e ceder o lugar e pronto. Mas não. Na falta de ação destes mesmos condutores e na falta de educação dos usuários do transporte coletivo, impera a lei de Gerson, aliás a única lei que pegou neste país.

Terra de ninguém.

Sem o império da lei ou sem os mantenedores da aplicação da lei para funcionar, não há respeito. Não há vontade para se aplicar a lei. Aqui no Brasil há aquela máxima, deixe que as coisas se arrumem é mais cômodo, bem mais fácil, pra que arrumar confusão, vai que o cidadão fica revoltado e saca uma arma e pronto está feita a merda. Muitos pensam assim, não é?
Ouço muito. Fulano levou um soco na cara só porque a pessoa olhou torta para ele lá no Metrô ou trem da CPTM. Não é assim, gente. É preciso fazer valer os nossos direitos, se calarmos, a ignorância e a truculência  vence. Não é o que estão dizendo sobre os atentados na França? Se querem calar a imprensa, devemos nos defender e fazer valer o nosso direito. O mesmo raciocínio se aplica aqui. Nada mudou de lugar. Lei é lei. Respeito é respeito. Vamos acreditar, vamos lutar!

Está na hora de agir e capacitar.

Os motoristas e cobradores de ônibus devem ter o mesmo poder de autoridade que os comandantes aeronautas tem sobre o avião em que estão operando. É de conhecimento público o poder de autoridade que o comandante tem na aeronave. A palavra final é do comandante, que afinal comanda, ou seja, manda. O mesmo poder o capitão de um navio também possui. Esse mesmo direito deve ser estabelecido e dado aos condutores dos ônibus. O poder de autoridade. Mas para isso devemos treiná-los, informá-los da lei, dos direitos estabelecidos nos Estatutos. Os empresários das viações concessionárias e as autoridades municipais, estaduais e federais, políticos e legisladores, devem aplicar a obrigatoriedade de se fazer os cursos de treinamento e capacitação a todos os funcionários, através das áreas de Recursos Humanos, e assim, os funcionários cientes de seus deveres e obrigações, farão valer a lei em cada veículo nesta cidade. Os idosos, as mães gestantes e os deficientes, agradecerão de coração o que foi dado a eles por lei e que nós os cidadãos do bem fizemos para valer esses direitos. O Instituto Vital se oferece em colaborar e ajudar nessa implementação dos cursos. 

E o avestruz? 

Por que ele não foi lembrado ou citado nesse artigo? Ah, o avestruz se escondeu, enfiando a cabeça no buraco fingindo que nada sabia sobre esse assunto que abordamos. Digo isso porque vejo quase sempre os cobradores fingindo de mortos e virando as costas ou se utilizando de aparelhos celulares para não ter que pedir aos usuários dos assentos preferenciais que cedam o lugar aos idosos, menores especiais, grávidas e mães com crianças de colo. Lamentável, senhores. Tristemente lamentável.

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