sexta-feira, 30 de maio de 2014

O autor de Amélia era um amante da música e da arte dramática.


Mário Lago (Rio de Janeiro, 26 de novembro de 1911 — Rio de Janeiro, 30 de maio de 2002) foi advogado, poeta, radialista, compositor e ator brasileiro.


Autor de sambas populares como "Ai, que saudades da Amélia" e "Atire a primeira pedra", ambos em parceria com Ataulfo Alves, fez-se popular entre as décadas de 40 e 50.

Começou pela poesia, e teve seu primeiro poema publicado aos 15 anos. Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais na década de 30, na então Faculdade de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, atual Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde iniciou sua militância política no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira, então fortemente influenciado pelo Partido Comunista do Brasil, à época PCB, atual PC do B. Durante a década de 1930, a então principal Faculdade de Direito da capital da República era um celeiro de arte aliada à política, onde estudaram Lago e seus contemporâneos Carlos Lacerda, Jorge Amado, Lamartine Babo entre outros.

Depois de formado, exerceu a profissão de advogado por apenas alguns meses. Envolveu-se com o teatro de revista, escrevendo, compondo e atuando. Sua estréia como letrista de música popular foi com "Menina, eu sei de uma coisa", parceria com Custódio Mesquita, gravada em 1935 por Mário Reis. Três anos depois, Orlando Silva realizou a famosa gravação de "Nada além", da mesma dupla de autores.
Suas composições mais famosas são "Ai que saudades da Amélia", "Atire a primeira pedra", ambas em parceria com Ataulfo Alves; "É tão gostoso, seu moço", com Chocolate, "Número um", com Benedito Lacerda, o samba "Fracasso" e a marcha carnavalesca "Aurora", em parceria com Roberto Roberti, que ficou consagrada na interpretação de Carmen Miranda.
Em "Amélia", a descrição daquela mulher idealizada, ficou tão popular que "Amélia" tornou-se sinônimo de mulher submissa, resignada e dedicada aos trabalhos domésticos.

Na Rádio Nacional, Mário Lago foi ator de Rádio, ele atuou na radionovela, especial da Semana Santa em 27 de Março de 1959: A Vida de Nosso Senhor jesus Cristo, interpretando Herodes, e também roteirista, escrevendo a radionovela "Presídio de Mulheres". Mas só ficou conhecido do grande público mais tarde, pela televisão, quando passou a atuar em novelas da Rede Globo, como "Selva de Pedra", "O Casarão", "Nina", "Elas por Elas" e "Barriga de Aluguel", entre outras. Também atuou em peças de teatro e filmes, como "Terra em Transe", de Glauber Rocha.

Mário esteve na União Soviética, em 1957, a convite da Rádio de Moscou, para participar da reestruturação do programa Conversando com o Brasil, do qual participavam artistas e intelectuais brasileiros. Mas os programas radiofônicos produzidos no Brasil, que Mário mostrou aos soviéticos, foram por eles qualificados de "burgueses" e "decadentes". A avaliação que Mário Lago fez da União Soviética também não foi das melhores. Ali, segundo ele, a produção cultural sofria pelo excesso de gravidade e autoritarismo. Apesar da decepção com a experiência soviética, Mário Lago jamais abandonou a militância política.
Em 1964, foi um dos nomes a encabeçar a lista dos que tiveram seus direitos políticos cassados pelo regime militar, e perdeu suas funções na Rádio Nacional.
Em 1989, ligou-se ao Partido dos Trabalhadores e atuou como âncora dos programas eleitorais do então candidato do partido, Luís Inácio Lula da Silva, à presidência da República, em 1998.

Autor dos livros Chico Nunes das Alagoas (1975), Na Rolança do Tempo (1976), Bagaço de Beira-Estrada (1977) e Meia Porção de Sarapatel (1986), foi biografado em 1998 por Mônica Velloso na obra: Mário Lago: boêmia e política. No carnaval de 2001, Mário Lago foi tema do desfile da escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz.

Em dezembro de 2001, recebeu uma homenagem especial por sua carreira durante a entrega do Melhores do Ano do Domingão do Faustão, que, no ano seguinte, ganharia o nome de Troféu Mário Lago, sendo anualmente concedido aos grandes nomes da teledramaturgia.

(Fonte Wikipédia)

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Vovózinha é uma ova. Meu nome é trabalho.

Palmira Nery da Silva Onofre, conhecida como Palmirinha Onofre
(Bauru, 29 de julho de 1931) é uma culinarista e apresentadora de televisão brasileira.

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A carreira na televisão começou quando ainda fazia salgados e doces para vender e sustentar suas três filhas , depois que se separou do marido. Sua primeira aparição na televisão foi como convidada do programa Sílvia Poppovic, cujo tema era "criei meus filhos sozinha". Além de contar sua história, Palmira presenteou a apresentadora com uma cesta de salgadinhos.

O talento de Palmirinha despertou interesse da apresentadora Ana Maria Braga que a convidou para participar do Note e Anote, apresentado na época pela Rede Record. Palmirinha permaneceu como colaboradora da atração por mais de cinco anos onde ensinava a preparar receitas.

Em 1999 a culinarista recebeu uma proposta da TV Gazeta e de maio daquele ano até agosto de 2010 ela atuou na emissora paulista, na qual já atuou como colaboradora dos programas Mulheres e Pra Você com suas receitas. Na emissora, Palmirinha Onofre comandava desde fevereiro de 2005 o programa TV Culinária, da TV Gazeta, onde mostrava o passo-a-passo de receitas e tirava dúvidas dos telespectadores.

Por decisão própria de não renovar contrato com a TV Gazeta onde permanecera por onze anos, no dia 30 de agosto de 2010, Palmirinha deixou o comando do programa TV Culinária. Segundo informações, pretendia se dedicar a projetos pessoais. O programa teve continuidade, onde Palmirinha foi substituída pela jornalista e apresentadora Viviane Romanelli.

Em fevereiro de 2012 a imprensa anuncia a contratação de Palmirinha pelo canal de TV a cabo Bem Simples, do grupo Fox. Ela afirmou em algumas entrevistas que fora cogitada por outras emissoras, mas que nenhuma delas aceitava a presença do boneco Guinho no programa, por isso Palmirinha optara por assinar com o Bem Simples.

Em maio do mesmo ano Palmirinha aparece em um viral publicitário onde faz o papel de uma avó aprendendo a andar de skate com o neto. Na cena ela sofre uma queda, que foi representada por um dublê.

O programa intitulado Programa da Palmirinha estreou no canal Bem Simples no dia 11 de julho de 2012. Além de adotar o tradicional formato utilizado pela culinarista em programas anteriores, o novo programa tem em sua equipe 60 profissionais, além de cozinha de apoio. Serão 26 programas com a duração de 30 minutos.
(Fonte Wikipédia)

terça-feira, 27 de maio de 2014

O pai do Chicó é um cabra arretado.

Ariano Vilar Suassuna nasceu em Nossa Senhora das Neves, hoje João Pessoa (PB), 
aos 16 de junho de 1927, filho de Cássia Vilar e João Suassuna. No ano seguinte, seu pai deixa o governo da Paraíba e a família passa a morar no Sertão, na Fazenda Acauã, em Aparecida, Paraíba.


Ariano Vilar Suassuna é um dramaturgo, romancista e poeta brasileiro. É o atual secretário de assessoria ao governo de Pernambuco. É defensor da cultura do Nordeste e autor do Auto da Compadecida e A Pedra do Reino. Com a Revolução de 1930, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.

A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano, no Colégio Americano Batista e no Colégio Osvaldo Cruz. No ano seguinte iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermílio Borba Filho. E, junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Os Homens de Barro foi montada no ano seguinte.
Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”.
Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Cia. Sérgio Cardoso, e O Santo e a Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro.
Em 1959, em companhia de Hermílio Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na UFPE. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em 1994.
Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPE (1969). Ligado diretamente à cultura, iniciou em 1970, em Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18 de outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998).
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele de “romance armorial-popular brasileiro”.
Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte, onde ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município.
Membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2000).
Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar.
Ariano Suassuna, durante evento pró-equidade de gênero e diversidade, em Brasília, 2007.
Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no carnaval carioca na escola de samba Império Serrano; em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista. Em 2013 sua mais famosa obra, o Auto da Compadecida será o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo.
Em 2006, foi concedido título de doutor honoris-causa pela Universidade Federal do Ceará, mas que veio a ser entregue apenas em 10 de junho de 2010, às vésperas de completar 83 anos. "Podia até parecer que não queria receber a honraria, mas era problemas de agenda", afirmou Ariano, referindo-se ao tempo entre a concessão e o recebimento do título.

Ariano Suassuna é um torcedor fanático do Sport Club do Recife.

(Fonte: Wikipedia)

quinta-feira, 22 de maio de 2014

O pintor que tem suas obras na região central e ninguém faz ideia de quem é.






Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo,
mais conhecido como Di Cavalcanti

(Rio de Janeiro, 6 de setembro de 1897 — Rio de Janeiro, 26 de outubro de 1976) foi um pintor modernista, desenhista, ilustrador e caricaturista brasileiro.
Filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo e Rosália de Sena.
Era sobrinho de José do Patrocínio (que era casado com a irmã de sua mãe). Estudou no Colégio Pio Americano e aprendeu piano com Judith Levy, e começou a trabalhar fazendo ilustrações para a revista Fon-Fon, uma revista que consagrou-se principalmente na caricatura política, na charge social e na pintura de gênero. Em 1916, transferindo-se para São Paulo, ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Seguiu fazendo ilustrações e começou a pintar. O jovem Di Cavalcanti frequentou o ateliê do impressionista George Fischer Elpons e tornou-se amigo de Mário e Oswald de Andrade.


Entre 11 e 18 de fevereiro de 1922, idealizou e organizou a Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, criando, para essa ocasião, as peças promocionais do evento: catálogo e programa. Fez sua primeira viagem à Europa em 1923, permanecendo em Paris até 1925. Frequentou a Academia Ranson. Expôs em diversas cidades: Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris. Conheceu Pablo Picasso, Fernand Léger, Matisse, Erik Satie, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses. Retornou ao Brasil em 1926 e ingressou no Partido Comunista. Seguiu fazendo ilustrações. Fez nova viagem a Paris e criou os painéis de decoração do Teatro João Caetano no Rio de Janeiro.

Os anos 1930 encontram um Di Cavalcanti imerso em dúvidas quanto à sua liberdade como homem e artista e quanto a dogmas partidários. Iniciou suas participações em exposições coletivas e salões nacionais e internacionais, como a International Art Center em Nova Iorque. Em 1932, fundou, em São Paulo, com Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado, o Clube dos Artistas Modernos. Sofreu sua primeira prisão em 1932 durante a Revolução Constitucionalista de 1932. Casou-se com a pintora Noêmia Mourão. Publicou o álbum "A Realidade Brasileira", série de doze desenhos satirizando o militarismo da época. Em Paris, em 1938, trabalhou na rádio "Diffusion Française" nas emissões "Paris Mondial".

Viajou ao Recife e Lisboa, onde expôs no salão "O Século"; ao retornar, foi preso novamente no Rio de Janeiro. Em 1936, escondeu-se na Ilha de Paquetá e foi preso com Noêmia. Libertado por amigos, seguiu para Paris, lá permanecendo até 1940. Em 1937, recebeu medalha de ouro com a decoração do Pavilhão da Companhia Franco-Brasileira, na Exposição de Arte Técnica, em Paris. Com a iminência da Segunda Guerra, deixou Paris e retornou ao Brasil, fixando-se em São Paulo. Um lote de mais de quarenta obras despachadas da Europa não chegaram ao destino, extraviando-se.


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Passou a combater abertamente o abstracionismo através de conferências e artigos. Viajou para o Uruguai e Argentina, expondo em Buenos Aires. Conheceu Zuília, que se tornou uma de suas modelos preferidas. Em 1946, retornou a Paris em busca dos quadros desaparecidos; nesse mesmo ano, expôs no Rio de Janeiro, na Associação Brasileira de Imprensa. Ilustrou livros de Vinícius de Morais, Álvares de Azevedo e Jorge Amado. Em 1947, entrou em crise com Noêmia Mourão - "uma personalidade que se basta, uma artista, e de temperamento muito complicado...". Participou com Anita Malfatti e Lasar Segall do júri de premiação de pintura do Grupo dos 19. Seguiu criticando o abstracionismo. Expôs na Cidade do México em 1949.


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Foi convidado e participou da I Bienal Internacional de Arte de São Paulo em 1951. Fez uma doação generosa ao Museu de Arte Moderna de São Paulo, constituída de mais de quinhentos desenhos. Beryl passou a ser sua companheira. Negou-se a participar da Bienal de Veneza. Recebeu a láurea de melhor pintor nacional na II Bienal de São Paulo, prêmio dividido com Alfredo Volpi. Em 1954, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou exposição retrospectiva de seus trabalhos. Fez novas exposições na Bacia do Prata, retornando a Montevidéu e Buenos Aires. Publicou "Viagem de minha vida". 1956 foi o ano de sua participação na Bienal de Veneza. Recebeu o I Prêmio da Mostra Internacional de Arte Sacra de Trieste. Adotou Elizabeth, filha de Beryl. Seus trabalhos fizeram parte de exposição itinerante por países europeus. Recebeu proposta de Oscar Niemeyer para a criação de imagens para tapeçaria a ser instalada no Palácio da Alvorada; também pintou as estações para a via-sacra da Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, em Brasília.
Faleceu no Rio de Janeiro em 26 de outubro de 1976. Não sabem exatamente como Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo faleceu pois fatos dizem que um dia antes Di Cavalcanti falecer ele estava muito bem de saúde e ele tinha acabado de chegar de viagem.


terça-feira, 20 de maio de 2014

Uma gracinha de idosa. Viveu plenamente no palco.

Hebe Maria Monteiro de Camargo Ravagnani, mais conhecida como Hebe Camargo
(Taubaté, 8 de março de 1929 — São Paulo, 29 de setembro de 2012) foi uma apresentadora de televisão, atriz, humorista, cantora brasileira e socialite brasileira tida como a "rainha da televisão brasileira". 


Nascida em Taubaté, filha de Esther Magalhães Camargo e Sigesfredo Monteiro Camargo, Hebe teve uma infância humilde. Caçula de seis filhos (quatro mulheres e dois homens) ela estudou até a quarta série do primário e acompanhava seu pai em suas apresentações em festas, casamentos e recitais. Seu pai, mais conhecido como Fêgo Camargo, era violinista e cantor.

Hebe ajudou o grupo que foi ao porto da cidade de Santos pegar os equipamentos para dar início a primeira rede de televisão brasileira, a Rede Tupi. Foi convidada por Assis Chateaubriand para participar da primeira transmissão ao vivo da televisão brasileira, no bairro do Sumaré, na cidade de São Paulo, em 1950. No primeiro dia de transmissões da Rede Tupi, Hebe Camargo viria a cantar no início do TV na Taba (que representava o início das transmissões) o "Hino da Televisão", mas teve que faltar ao evento e foi substituída por Lolita Rodrigues. Hebe faltou à cerimônia para acompanhar seu namorado na época em uma cerimônia na qual seria promovido e também considerava a letra do hino horrível.

O programa Rancho Alegre (1950) foi um dos primeiros programas de que Hebe participou na TV Tupi de São Paulo: sentada em um balanço de parquinho infantil Hebe fez um dueto com o cantor Ivon Curi. Tal apresentação está gravada em filme e é considerada uma relíquia da televisão brasileira, uma vez que o videotape ainda não existia e na época não se guardava a programação em acervos, como atualmente.

Foi casada duas vezes. Seu primeiro matrimônio foi com o empresário Décio Capuano. Ele foi o segundo namorado de Hebe e estavam morando juntos ha 15 anos. Hebe se casou no civil e na igreja em 14 de julho de 1964, de vestido rosa, pois, por tradição da época, a noiva que não fosse mais virgem não poderia usar branco e Hebe também já tinha 35 anos, ela achava feio se casar como uma jovenzinha. No mesmo ano, descobriu que estava grávida. Em 20 de setembro de 1965 deu à luz um menino, a quem batizou de Marcello de Camargo Capuano. A criança nasceu de parto normal, na Maternidade São Paulo, na Cidade de São Paulo, em um parto prematuro de 8 meses. Décio era muito ciumento, não aceitava a carreira de Hebe, tanto que ela interrompeu por 1 ano até voltar às rádios e TVs. 
Hebe saiu de casa levando o filho do casal em 1971, e se divorciaram no mesmo ano. Morando sozinha com o filho Marcello, conheceu o empresário Lélio Ravagnani. Começaram a namorar e em 1973 casou-se com Lélio, que ajudou-a a criar seu filho, mesmo o pai indo vê-lo às vezes. Hebe e Lélio viveram juntos por 29 anos, até a morte dele, em 2000. 

Hebe morreu em 29 de setembro de 2012, em São Paulo aos 83 anos após sofrer uma parada cardíaca de madrugada, enquanto dormia. O corpo foi velado no Palácio dos Bandeirantes sede do governo do estado de São Paulo e sepultado no cemitério Gethsemani.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Não damos o devido valor a esse grande pintor brasileiro.

Cândido Portinari  (Brodowski, 29 de dezembro de 1903 — Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 1962) foi um artista plástico brasileiro. 


Filho dos imigrantes italianos, Giovan Battista Portinari e Domenica Torquato, Cândido Portinari nasceu no dia 29 de dezembro de 1903, numa fazenda de café nas proximidades de Brodowski, interior de São Paulo. Com a vocação artística florescendo logo na infância, Portinari teve uma educação deficiente, não completando sequer o ensino primário. Aos 14 anos de idade, uma trupe de pintores e escultores italianos que atuavam na restauração de igrejas, passa pela região de Brodowski e recruta Portinari como ajudante. Seria o primeiro grande indício do talento do pintor brasileiro.
Aos 15 anos, já decidido a aprimorar seus dons, Portinari deixa São Paulo e parte para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes. Durante seus estudos na ENBA, Portinari começa a se destacar e chamar a atenção tanto de professores quanto da própria imprensa. Tanto que aos 20 anos já participa de diversas exposições, ganhando elogios em artigos de vários jornais. 
Mesmo com toda essa badalação, começa a despertar no artista o interesse por um movimento artístico até então considerado marginal: o modernismo. Um dos principais prêmios almejados por Portinari era a medalha de ouro do Salão da ENBA. Nos anos 
de 1926 e 1927, o pintor conseguiu destaque, mas não venceu. Anos depois, Portinari chegou a afirmar que suas telas com elementos modernistas escandalizaram os juízes do concurso. Em 1928, Portinari deliberadamente prepara uma tela com elementos acadêmicos tradicionais e finalmente ganha a medalha de ouro e uma viagem para a Europa. Desobedecendo as ordens médicas, Portinari continuava pintando e viajando com frequência para exposições nos Estados Unidos, Europa e Israel. No começo de 1962 a prefeitura de Barcelona convida Portinari para uma grande exposição com 200 telas. Trabalhando freneticamente, a intoxicação de Portinari começa a tomar proporções fatais. No dia 6 de fevereiro do mesmo ano, Cândido Portinari morre envenenado pelas telas que fizeram seu sucesso, já que, tinha claustrofobia e desmaiava no "corredor" de telas. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.

Homenagens, títulos e prêmios:
- 1940 – Chicago (Estados Unidos) – A Universidade de Chicago publica o primeiro livro sobre o pintor, Portinari: His Life and Art, com introdução do artista Rockwell Kent
- 1946 – Paris (França) – Legião de Honra, concedida pelo governo francês
- 1955 – Nova Iorque (Estados Unidos) – Medalha de Ouro, pelo painel Tiradentes (1949), concedida pelo júri do Prêmio Internacional da Paz
- 1950 – Varsóvia (Polônia) – Medalha de Ouro, como melhor pintor do ano, concedida pelo International Fine Arts Council
- 1956 – Nova Iorque (Estados Unidos) – Prêmio Guggenheim de Pintura, por ocasião da inauguração dos painéis Guerra e Paz na sede da ONU de Nova York convida Portinari para uma grande exposição com 200 telas. 

Trabalhando freneticamente, a intoxicação de Portinari começa a tomar proporções fatais. No dia 6 de fevereiro do mesmo ano, Cândido Portinari morre envenenado pelas telas que fizeram seu sucesso, já que, tinha claustrofobia e desmaiava no "corredor" de telas. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro.
Seu filho João Cândido Portinari hoje cuida dos direitos autorais das obras de Portinari.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Vital já na veia.

Com o perdão do trocadilho visual.

O corpo humano é composto de 60% de água. Ela participa de praticamente todos os processos 
orgânicos: da regulação da temperatura ao bom funcionamento do cérebro e dos músculos, portanto, segundo especialistas, é vital para nossa saúde, bebermos de 1 a 2 litros de água por dia para auxiliar o funcionamento do nosso organismo e também para hidratação do corpo.

• Água-de-coco é o sumo natural contido no interior do coco, o fruto do coqueiro. É rico em 
potássio, com poucas calorias, muitos nutrientes, livre de gordura e com alto poder reidratante. Ajuda no bom funcionamento do intestino e no metabolismo alimentar e, é uma bebida diurética.

• Água mineral gasosa para quem não é muito fã de beber água, uma boa opção, é tomar água com gás que além de ser uma excelente forma de manter a forma e hidratar, proporciona prazer em tomar algo saudável e gostoso com zero caloria. 

O #Instituto_Vital recomenda a todos para se hidratarem regularmente. É Vital Já...na veia.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Pintou bandeira? Então é Volpi.


Alfredo Volpi (Lucca, 14 de abril de 1896  — São Paulo, 28 de maio de 1988), foi um pintor ítalo-brasileiro considerado pela crítica como um dos artistas mais importantes da segunda geração do modernismo. Uma das características de suas obras são as bandeirinhas e os casarios.


Autodidata, começou a pintar em 1911, executando murais decorativos. Em seguida, trabalhou com óleo sobre madeira, consagrando-se como mestre utilizador de têmpera sobre tela.
Grande colorista, explorou através das formas, composições magníficas, de grande impacto visual. Em conjunto com Arcangelo Ianelli e Aldir Mendes de Sousa formou uma tríade de exímios coloristas, foco de livro denominado Três Coloristas, escrito por Alberto Beuttenmüller (Ed. IOB, julho de 1989).

Trabalhou também como pintor decorador em residências da sociedade paulista da época, executando trabalho de decoração artística em paredes e murais junto com Antonio Ponce Paz, pintor e escultor espanhol que logo virou um grande amigo de Volpi.
Realizou a primeira exposição individual aos 47 anos de idade, expondo no Salão de Maio e na 1ª. Exposição da Família Artística Paulista, no ano de 1938 na cidade de São Paulo. Na década de 1950 evoluiu para o abstracionismo geométrico, de que é exemplo a série de bandeiras e mastros de festas juninas. Recebeu o prêmio de melhor pintor nacional na segunda Bienal de São Paulo, em 1953. Participou da primeira Exposição de Arte Concreta, emnte ao Grupo Santa Helena, porém sempre ia visitar seus amigos que oficialmente participavam como Mario Zanini e Francisco Rebolo, situado na Praça da Sé, em São Paulo. Faziam parte do Grupo Santa Helena os seguintes pintores: Aldo Bonadei, Clóvis Graciano, Fúlvio Penacchi e Ernesto de Fiori que teve grande influência no trabalho de Volpi. Em 1927, Volpi conheceu o seu grande amor, uma garçonete chamada Benedita da Conceição, apelidada de Judith, com quem teve uma única filha Eugênia. É quase certo que Judith tenha sido sua modelo para o quadro Mulata (1927). Volpi teve outros três filhos, havendo disputa entre os herdeiros, inclusive com a destituição de Eugênia da função de inventariante, pois a mesma administrava o espólio como se fosse a única herdeira.



terça-feira, 13 de maio de 2014

Sivuca. Um talento brasileiro que precisou brilhar lá fora para ser reconhecido aqui.

Severino Dias de Oliveira, mais conhecido como Sivuca. 
(Itabaiana, 26 de maio de 1930 — João Pessoa, 14 de dezembro de 2006) foi um multi-instrumentista, maestro, arranjador, compositor, orquestrador e cantor brasileiro. 


Suas composições e trabalhos incluem, dentre outros ritmos, choros, frevos, forrós, baião, música clássica, blues, jazz, entre muitos outros.
Ganhou a sanfona de presente do pai em 13 de junho de 1939, num dia de Santo Antônio, aos nove anos. Aos quinze anos, ingressou na Rádio Clube de Pernambuco, no Recife.
Em 1948, fez parte do cast da Rádio Jornal do Commercio.


Em 1951, gravou o primeiro disco em 78 rotações, pela Continental, com "Carioquinha do Flamengo" (Waldir Azevedo, Bonfiglio de Oliveira) e "Tico-Tico no Fubá" (Zequinha de Abreu). Nesse mesmo ano, lançou o primeiro sucesso nacional, em parceira com Humberto Teixeira, "Adeus, Maria Fulô" (que foi regravado numa versão psicodélica pelos Mutantes, nos anos 60). A partir de 1955, foi morar no Rio de Janeiro. Após apresentações na Europa como acordeonista de um grupo chamado Os Brasileiros, chegou a morar em Lisboa e Paris, a partir de 1959. Foi considerado o melhor instrumentista de 1962 pela imprensa parisiense. Gravou o disco "Samba Nouvelle Vague" (Barclay), com vários sucessos de bossa-nova.

Morou em Nova Iorque de 1964 a 1976, onde, entre outros trabalhos, foi autor do arranjo do grande sucesso "Pata Pata", de Miriam Makeba, com quem então excursionou pelo mundo até o fim da década de 60.
Um dos discos mais emblemáticos da carreira do artista é o Sivuca Sinfônico (Biscoito Fino, 2006), em que ele toca ao lado da Orquestra Sinfônica do Recife sete arranjos orquestrais de sua autoria, um registro inédito e completo de sua obra erudita.
Em 2006 o músico lançou o DVD Sivuca – O Poeta do Som, que contou com a participação de 160 músicos convidados. Foram gravadas 13 faixas, além de duas reproduzidas em parceria com a Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Faleceu em 14 de dezembro de 2006, depois de dois dias internado para tratamento de um câncer, que já o acometia desde 2004. Sivuca deixa uma filha, Flávia, que cuida do acervo do pai, e mais três netos, Lirah, Lívia e Pedro, e viúva, a cantora e compositora Glorinha Gadelha.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Ator de fato e de direito, abandonou o Direito para fazer teatro e TV.

Juca de Oliveira (nascido José de Oliveira Santos; São Roque,
16 de março de 1935) é um ator e dramaturgo brasileiro.


Filho de Antônio de Oliveira Santos, Juca estudou em São Roque e posteriormente se mudou para a capital do estado, onde entrou na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. Fez também um teste vocacional, em que ficou sabendo que sua inclinação era ser ator. Aquilo o empolgou tanto, que ficou sabendo da existência da Escola de Arte Dramática de São Paulo e nela ingressou. Não demorou muito para que desistisse de Direito, para se dedicar à profissão de ator. Conheceu ali Aracy Balabanian, Glória Menezes, e vários outros, que seguiram com ele a profissão que escolheram.

Começou então pelo teatro. Entrou logo para o famoso TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), onde fez inúmeras peças, como: "O Semente" , "O Pagador de Promessas", "A Morte do Caixeiro Viajante" . Passou para o revolucionário Teatro de Arena onde trabalhou com Augusto Boal, Flávio Império e Paulo José, e ali fez: "Eles não Usam Black-tie" , "O filho do cão", de Gianfrancesco Guarnieri, entre outras. Na época militava politicamente, Era de esquerda comunista, e por isso se auto-exilou na Bolívia. Na volta, se ligou à TV Tupi de São Paulo. E começou a fazer inúmeros TV de Vanguarda e TV de Comédia, na época dirigidos por Benjamin Cattan. Fez "Essa noite se improvisa" , "Em moeda corrente do país", tendo como parceira Vida Alves. E aí aconteceu o sucesso extraordinário da novela "Nino, o Italianinho" de Geraldo Vietri. Em 1984, encarnou o personagem Sérgio na peça "De braços abertos", de Maria Adelaide Amaral.

Passou para a Rede Globo e recebeu consagração nacional, como um dos maiores atores do Brasil. Jamais, porém, deixou de fazer teatro, sua grande paixão. Montou companhia própria e aí descobriu sua outra grande vocação, a de autor teatral. As casas estiveram sempre lotadas, quando Juca de Oliveira montou "Meno Male", "Hotel Paradiso", "Caixa Dois". Essas são comédias, o que não era esperado, pois como ator, Juca é dramático.

Nas 60 peças em que atuou como ator, fez quase sempre o papel central, aquele que dá a linha mestra à história encenada, e que por isso sempre são os personagens mais pesados. Casado pela segunda vez, na primeira com Cláudia Mello e na segunda com Maria Luiza, há 23 anos. Sua filha Isabela estuda Biologia e também é fazendeira e cantora. Juca de Oliveira diz que adora a "tribo artística", que pode ser "estigmatizada", como ele diz, mas à qual tem muito orgulho de pertencer. E agora está pensando em entrar na sua "essência caipira", e a transportar para o teatro.

Na televisão deu vida a personagens célebres, como o misterioso João Gibão em Saramandaia, eternizado pela cena emblemática de seu voo sobre a cidade de Bole Bole. Mais recentemente, em 2002 também ganhou bastante destaque em O Clone na pele do cientista Augusto Albieri.

Em 2012, após anos ganhou grande destaque em novelas como o cruel vilão Santiago Moreira, que parecia bem intencionado no início da trama ao ponto que a máscara caiu e no final todos descobriram que ele era o pai e mentor da vilã Carminha (Adriana Esteves) na novela Avenida Brasil de João Emanuel Carneiro.

Em 2013, dá vida a Samuel Schnaider em Flor do Caribe, de Walther Negrão. Seu personagem é um pobre senhor judeu que viveu na Europa na época do nazismo e que por isso vive traumatizado e atormentado com sombras do passado.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Um viajante que se tornou o Rei do Baião. Luiz Gonzagão, o Lua.

Luiz Gonzaga do Nascimento, mais conhecido como Luiz Gonzaga e o Rei do Baião (Exu, 13 de dezembro de 1912 – Recife, 2 de agosto de 1989) 


Foi um importante compositor popular brasileiro. Foi uma das mais completas, importantes e inventivas figuras da música popular brasileira. Cantando acompanhado de sua sanfona, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o sertão nordestino, ao resto do país, numa época em que a maioria desconhecia o baião, o xote e o xaxado.
Admirado por grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gilberto Gil, Raul Seixas, Caetano Veloso, entre outros, o genial instrumentista e sofisticado inventor de melodia e harmonias,3 ganhou notoriedade com as antológicas canções "Baião" (1946), "Asa Branca" (1947), "Siridó" (1948), "Juazeiro" (1948), "Qui Nem Jiló" (1949) e "Baião de Dois" (1950).
Em Juiz de Fora, Minas Gerais, conheceu Domingos Ambrósio, também soldado e conhecido na região pela sua habilidade como acordeonista. A partir daí começou a se interessar pela área musical.
Em 1939, deu baixa do exército na cidade do Rio de Janeiro: Estava decidido a se dedicar à música. Na então capital do Brasil, começou por tocar nas áreas de prostituição da cidade. No início da carreira, apenas solava acordeão em choros, sambas, foxtrotes e outros gêneros da época. Seu repertório era composto basicamente de músicas estrangeiras que apresentava, sem sucesso, em programas de calouros. Apresentava-se com o típico figurino do músico profissional: paletó e gravata. Até que, em 1941, no programa de Ary Barroso, foi aplaudido executando Vira e Mexe, com sabor regional, de sua autoria. O sucesso lhe valeu um contrato com a gravadora Victor, pela qual lançou mais de 50 músicas instrumentais. Vira e mexe foi a primeira música que gravou em disco.
Veio depois sua primeira contratação, pela Rádio Nacional. Lá conheceu o acordeonista gaúcho Pedro Raimundo, que usava os trajes típicos da sua região. Daí surgiu a ideia de apresentar-se vestido de vaqueiro, figurino que o consagrou como artista.
Em 11 de abril de 1945, gravou sua primeira música como cantor, no estúdio da RCA Victor: a mazurca Dança Mariquinha em parceria com Saulo Augusto Silveira Oliveira.
Também em 1945, uma cantora de coro chamada Odaléia ‘Léia’ Guedes dos Santos deu à luz um menino, no Rio. Luiz Gonzaga mantinha um caso havia meses com a moça, iniciado quando já estava grávida. Sabendo que sua amante seria mãe solteira, assumiu a paternidade da criança, adotando-o e dando-lhe seu nome: Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior. Odaléia, que além de cantora de coro era sambista, foi expulsa de casa por ter engravidado do namorado, que não assumiu a criança. Foi parar nas ruas, até ser ajudada, descobrindo-se seu talento para cantar e dançar, passando a se apresentar em casas de samba no Rio, quando conheceu Luiz. A relação com Luiz era conflituosa e, após o nascimento do menino, piorou, com muitos ciúmes. Separaram‐se com menos de dois anos de convivência. Léia criou o filho, e Luiz os visitava.

Em 1946 voltou pela primeira vez a Exu (Pernambuco), e reencontrou seus pais, Januário e Santana, que havia anos não sabiam nada sobre o filho e sofreram muito esse tempo todo. O reencontro com seu pai é narrado em sua composição Respeita Januário, em parceria com Humberto Teixeira. Em 1948, casou-se com a pernambucana Helena Cavalcanti, professora que se tornara sua secretária particular, e por quem se apaixonou. O casal permaneceu até o fim da vida de Luiz. Não tiveram filhos biológicos, por Helena não poder engravidar, mas adotaram uma menina, a quem batizaram de Rosa.
Nesse mesmo ano Léia morreu de tuberculose, para desespero de Luiz. O filho deles, apelidado de Gonzaguinha, ficou órfão com dois anos e meio. Luiz queria levar o menino para morar com ele e Helena, e pediu para a mulher criá-lo como se fosse dela, mas Helena não aceitou, juntamente com sua mãe, Marieta, que achava aquilo um absurdo, já que nem filho verdadeiro de Luiz era. Luiz não viu saída: entregou o filho para os padrinhos da criança, Leopoldina e Henrique Xavier Pinheiro, criarem-no no Morro do São Carlos. Luiz sempre visitava a criança e a sustentava financeiramente. Xavier o considerava filho de verdade e lhe ensinava viola, e o menino teve em Dina uma mãe.

Luiz Gonzaga sofreu de osteoporose por anos. Morreu vítima de parada cardiorrespiratória no Hospital Santa Joana, na capital pernambucana. Foi velado em Juazeiro do Norte (a contragosto de Gonzaguinha, que pediu que o corpo fosse levado o mais rápido possível para Exu, irritando várias pessoas que iriam ao velório e tornando Gonzaguinha persona non grata em Juazeiro do Norte) e posteriormente sepultado em seu município natal.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Paulo Autran, o Patrono do Teatro Brasileiro.

Paulo Paquet Autran (Rio de Janeiro, 7 de setembro de 1922 — São Paulo, 12 de outubro de 2007). Foi um ator brasileiro de teatro, cinema e televisão.


Paulo Autran mudou-se cedo para São Paulo, onde passou a maior parte de sua vida e estudou no Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo. Depois estudou Direito na capital paulista por influência do pai - que era delegado de polícia - e formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco em 1945, inicialmente pensando em ser diplomata. Anteriormente a São Paulo, Paulo Autran morou na cidade de Sorocaba.

Desapontando na profissão de advogado, participou de algumas peças teatrais amadoras, tendo sido convidado a estrear profissionalmente com a peça Um Deus dormiu lá em casa, de Guilherme Figueiredo, com direção de Silveira Sampaio, em montagem do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). No começo relutou, afirmando não ser ator profissional. Entretanto, após receber o incentivo de sua amiga Tônia Carrero, aceitou o desafio. A peça, que estreou para o grande público no dia 13 de dezembro de 1949, no Teatro Copacabana, Rio de Janeiro, tornou-se um grande sucesso, rendendo inclusive alguns prêmios para o jovem ator. Posteriormente, "Um Deus..." foi novamente montada, dessa vez pela Companhia Tônia-Celi-Autran (CTCA), com direção de Adolfo Celi, em 1956.

Após seu primeiro êxito comercial, Autran resolveu largar a advocacia e passou a se dedicar exclusivamente à carreira artística, dando prioridade ao teatro, sua grande paixão. Chegou a atuar em alguns filmes e telenovelas, mas foi no palco que desenvolveu sua arte e se tornou conhecido, vindo a receber o epíteto de "O Senhor dos Palcos". No entanto, também teve memoráveis atuações na televisão e no cinema, em especial por sua participação em Terra em Transe, clássico de Glauber Rocha.

Ao longo de sua carreira, estabeleceu importantes parcerias, com diretores como Adolfo Celi, Zbigniew Ziembinski e Flávio Rangel, e atrizes, como Tônia Carrero. Na televisão destacou-se em Guerra dos Sexos, em que contracenava ao lado de Fernanda Montenegro e protagonizou algumas cenas antológicas da teledramaturgia, e em Pai Herói, quando viveu o vilão carismático Bruno Baldaraci. Nos últimos anos fez apenas participações especiais, principalmente em minisséries, a última das quais Um Só Coração, em 2004. Seu último personagem no cinema foi no filme O Passado, de Héctor Babenco.
Estreou seu 90º espetáculo em 2006, a peça O Avarento, de Molière, no Teatro Cultura Artística. Essa peça teve a sua temporada suspensa porque o ator apresentou problemas de saúde.

No ano anterior à sua morte, Paulo Autran passara por diversas internações, por conta de um câncer de pulmão. O tratamento (radioterapia e quimioterapia) não o impediu de seguir atuando em O Avarento - e nem de seguir fumando até quatro maços de cigarros por dia.
Faleceu aos 85 anos, depois de sofrer um enfisema pulmonar e por complicações decorrentes do câncer. Desde 1999, Paulo Autran era casado com a atriz Karin Rodrigues.
Em 15 de julho de 2011, a Lei 12.449 o declarou Patrono do Teatro Brasileiro

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Inconformado com tanto descaso. Acorda sociedade.

EDITORIAL
Hoje deixaremos de destacar mais um nome célebre na Galeria dos Idosos Sábios e vamos falar de algo que julgamos muito sério. Desde quando resolvi abraçar a ideia de fundar o Instituto Vital, utilizo-me de coletivos em S. Paulo. A ideia tomou fôlego há mais ou menos três anos atrás, mas trago a sementinha de outros tempos, volto aos anos 80, quando não havia rodízio na cidade de S. Paulo e por iniciativa própria guardava um dia da semana, às quartas-feira, quando deixava o meu carro na garagem. 
Ônibus elétrico dos anos 90 (divulgação)
Pensava naquele tempo em ser uma pessoa engajada no modelo adotado anos mais adiante com o rodízio obrigatório implantado pelo prefeito Celso Pitta em 1993 na capital de S. Paulo. Para tal me servia de coletivos na cidade de S. Paulo. Usava em muitos trechos o famoso ônibus elétrico, os trólebus azuis antigos e desconfortáveis da CMTC*, alguém arrisca-se a traduzir essa sigla? Naquelas quartas-feira lá ia o jovem Salim sentado e pensativo. Nessa época não havia assentos preferenciais, mesmo porque as linhas destes ônibus eram utilizadas por passageiros tradicionais, pois além de trafegar nos antigos caminhos que eram os trilhos dos bondes, era lento por ser um veículo pesado e trafegava devagar quase parando para não ter a régua elétrica desprendendo-se dos fios aéreos. Pois bem, passamos para os anos do novo milênio, novos ônibus, quer elétricos quer movidos a outros tipos combustíveis, até a novíssima Ecofrota. 
Agora com a plena vigência do Estatuto do Idoso, a população idosa mais ativa e trabalhando para sobreviver, encontra-se com a população mais jovem se valendo dos meios de transportes, monidos da tecnologia dos smarts phones com música através do head-set, fazendo com que após colocá-los nos ouvidos se transformem em verdadeiros zumbis e ainda com um tremendo efeito instantâneo de adormecer imediatamente após se sentar.
Vivemos um verdadeiro choque de gerações. 

De um lado, a geração idosa, carente de respeito e merecedora das nossas atenções e benevolência. E de outro lado uma geração que cresceu abandonada de princípios básicos de educação e civilidade, oriunda de famílias, cujos pais que optaram para a separação, ignorando a responsabilidade de educar os filhos, colocando-os no mundo e nem se importando pelo seu futuro. Alia-se ao fato dos governos e autoridades pouco se importarem com essas deficiências e mazelas da sociedade. Nesse caos surge o Terceiro Setor para suprir essas deficiências e cobrir lacunas. 
E finalizando a título de curiosidade, lembro que ontem (05/maio/14) ao comentar uma foto postada por um amigo nas redes sociais e quando a reproduzi, transformou-se num verdadeiro fórum informal, vi o quão estamos corretos em insistir na ideia de constituir uma Ong - Instituto Vital/Anjos da 3a. Idade e batalhar para a melhoria e reafirmação do respeito aos direitos adquiridos dos idosos (Estatuto do Idoso - LEI No 10.741, DE 1º DE OUTUBRO DE 2003.).
Porém hoje, dia seguinte do post, me vejo novamente usando um coletivo, o ônibus da Viação Sta. Brígida, linha 8400 - com licença de no. 11.884 saindo do centro de S. Paulo e com destino a estação terminal de Taipas, zona oeste do município de S. Paulo. Sento-me no assento preferencial destinado às pessoas obesas, deficientes físicos, mulheres grávidas e/ou com criança de colo e idosos, e me deparo com estado do adesivo legal e obrigatório. Totalmente danificado. Fiquei pasmo e inconformado. Ninguém se importa. Essa é a nossa sociedade. Educação zero. Cidadania zero. Respeito zero. Cuidados e manutenção por parte de empresa consorciada zero. 
Mas não vamos desistir. A cada zero que constatarmos, faremos um 100. 100 de vontade de mudar, 100 de engajamento, 100 de insistência para melhorar, 100 de coragem para enfrentar, 100, 1.000, um milhão... Caminharemos firmes e fortes com a nossa ideia de melhorar esta nossa sociedade totalmente destruída de seus valores e princípios. 
Se Cristo dizia no alto da cruz: "Pai, eles não sabem o que fazem" e isso já dura 2014 anos. "Eles" hão de mudar, mesmo que seja um pouco, já me darei por satisfeito.
Precisamos da ajuda de todos que desejam mudar este estado de coisas. Conto com você, você e você. 
A propósito, notifiquei a empresa de viação pela Ouvidoria do SPtrans 156.

*CMTC: Companhia Municipal de Transportes Coletivos. 


terça-feira, 6 de maio de 2014

O mais célebre poeta gaúcho, que era tradutor e jornalista também.

Mário de Miranda Quintana
(Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.



Mário Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.

Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal. Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil.
Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1976, ao completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.


Mario Quintana não se casou nem teve filhos. Solitário, viveu grande parte da vida em hotéis: de 1968 a 1980, residiu no Hotel Majestic, no centro histórico de Porto Alegre, de onde foi despejado quando o jornal Correio do Povo encerrou temporariamente suas atividades, por problemas financeiros e Quintana, sem salário, deixou de pagar o aluguel do quarto.


Há duas espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e ...
os amigos, que são os nossos chatos prediletos.
Mario Quintana

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Um homem de visão que lançou a Veja. Roberto Civita.

Roberto Civita (Milão, 9 de agosto de 1936 – São Paulo, 26 de maio de 2013)


Roberto Civita foi um empresário brasileiro, presidente do Conselho de Administração e diretor editorial do Grupo Abril, além de presidente da Fundação Victor Civita, editor da revista Veja e presidente do Conselho de Administração da Abril Educação. Foi casado com Maria Antônia Civita. Em março de 2013, a revista americana Forbes colocou Roberto Civita como o 258º homem mais rico do mundo, com uma fortuna de US$ 4,9 bilhões.
Foi o criador da revista Veja e editor chefe da publicação desde o seu lançamento em 11 de setembro de 1968, além de editor da revista Playboy. Após a morte do pai, assumiu a Presidência do Grupo Abril em 1990, quando se iniciou o período de intensa diversificação dos negócios da empresa.

Fez parte do Conselho Superior do Instituto Verificador de Circulação e do Conselho Deliberativo da Escola Superior de Propaganda e Marketing, na qual idealizou o curso de pós-graduação em jornalismo e direção editorial. Também foi membro do Board of Governors do Lauder Institute e o do Wharton Advisory Board.

Roberto Civita morreu no dia 26 de maio de 2013, vítima de complicações de um aneurisma, no Hospital Sírio-Libanês em S. Paulo.


“Se você não está gerando reações fortes, está fazendo algo errado.
Não acredito em imprensa que quer agradar a todo mundo”

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Argentino vencedor do Nobel, cego dizia que enxergava no escuro.

Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo
(Buenos Aires, 24 de agosto de 1899 — Genebra, 14 de junho de 1986) foi um escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino.


Em 1914 sua família se mudou para Suíça, onde ele estudou e viajou para a Espanha. Em seu retorno à Argentina em 1921, Borges começou a publicar seus poemas e ensaios em revistas literárias surrealistas. Também trabalhou como bibliotecário e professor universitário público. Em 1955 foi nomeado diretor da Biblioteca Nacional da República Argentina e professor de literatura na Universidade de Buenos Aires. Em 1961, destacou-se no cenário internacional quando recebeu o primeiro prêmio internacional de editores, o Prêmio Formentor. Seu trabalho foi traduzido e publicado extensamente no Estados Unidos e Europa. Borges era fluente em várias línguas.
Sua obra abrange o "caos que governa o mundo e o caráter de irrealidade em toda a literatura". Seus livros mais famosos, Ficciones (1944) e O Aleph (1949), são coletâneas de histórias curtas interligadas por temas comuns: sonhos, labirintos, bibliotecas, escritores fictícios e livros fictícios, religião, Deus.
Seus trabalhos têm contribuído significativamente para o gênero da literatura fantástica. Estudiosos notaram que a progressiva cegueira de Borges ajudou-o a criar novos símbolos literários através da imaginação, já que "os poetas, como os cegos, podem ver no escuro". Os poemas de seu último período dialogam com vultos culturais como Spinoza, Luís de Camões e Virgílio.
Sua fama internacional foi consolidada na década de 1960, ajudado pelo "boom latino-americano" e o sucesso de Cem Anos de Solidão de Gabriel García Márquez. Para homenagear Borges, em O Nome da Rosa um romance de Umberto Eco, há o personagem Jorge de Burgos, que além da semelhança no nome é cego assim como Borges, foi ficando ao longo da vida. Além da personagem, a biblioteca que serve como plano de fundo do livro é inspirada no conto de Borges A Biblioteca de Babel (Uma biblioteca universal e infinita que abrange todos os livros do mundo).
O escritor e ensaísta John Maxwell Coetzee disse sobre ele: "Ele, mais do que ninguém, renovou a linguagem de ficção e, assim, abriu o caminho para uma geração notável de romancistas hispano-americanos".

Si pudiera vivir nuevamente ...

"Si pudiera vivir nuevamente mi vida
en la próxima trataría de cometer más errores.
No intentaría ser tan perfecto, me relajaría más.
Sería más tonto de lo que he sido
De hecho tomaría muy pocas cosas com seriedad.


Jorge Luis Borges