terça-feira, 2 de maio de 2017

Por que o idoso brasileiro precisa de tutores?

Meus amigos, volto ao assunto arenoso dos problemas brasileiros. Mas desta vez tem a ver com a área em que atuo. Os direitos da Terceira Idade. Enquanto a nossa vida já fora do foco de trabalho que cai na ociosidade, fica claro que as pessoas que entram no última fase da vida, a tal terceira idade, se deixam encostar. 

Acabam se entregando aos parentes mais novos, filhos e netos. Uns se ocupam do lazer dos netos, mas acabam ficando reféns em casa, pois o filhos vão à luta, e o custo de pajear netos vale apenas a alegria e orgulho, ninguém contabiliza, o estresse, as dores no corpo e às vezes o desconforto das decepções que acorrem naturalmente.

Digo isso em função das minhas observações por conta do meu hábito e dever, pois cuido da Ong 'Anjos da 3a. Idade' (Instituto Vital do Bem Estar do Idoso). Fico observando tudo que é abuso e desrespeito dos direitos dos idosos segundo o Estatuto do Idoso, Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003Zelo pelas prioridades deles nos meios de transportes, estacionamentos, bancos, cinemas e teatros.
Divulgação
 Recentemente observei com muita preocupação o descuido e falta de informação que os nosso queridos 'velhinhos' tem de seus direitos. Apesar de alguns  estarem na cota de 'teimosos e orgulhosos', vejo mais a falta de informação e aceitação tímida da cultura do desrespeito, onde acabam tolerando o abuso por parte das pessoas mal educadas e egoístas, bem natural de pessoas dos grandes centros e em boa parte do povo brasileiro.

Como havia dito, estava recentemente dentro de um órgão público, aliás não faltava informação estampadas nas paredes e corredores, mas pouco efetiva junto aos funcionários e tampouco observada pelos idosos e outros classificados como preferenciais, gestantes, deficientes e outros.


Foto: Jorge Salim
Apesar das informações, poucos se valem de seus direitos. Por que? Faltam informações? Não. Falta é a vontade de exercer esses direitos. Falta é ter conhecimento do teor dessa lei, conhecer o Estatuto do Idoso. Mas o que na realidade acontece, é o total desleixo de mostrarem aos idosos o real valor e a importância da lei.
Enquanto, eles idosos, se comportam passivamente e procuram quem os pegue pela mão, ou seja, aquilo que chamo de tutor ou tutores.

Já é hora de mudarmos essa triste realidade. Precisamos maior empenho e ações junto a esse contingente de idosos e deixá-los mais conscientes da responsabilidade. Precisam saber como exigir seus direitos e atuarem de forma ativa, ninguém se torna incapaz ao atingir a idade de 65 anos. Pelo contrário, chamemos de Melhor Idade, porque é hora de viver com qualidade, e qualidade é saber dos seus direitos.

Exigir respeito aos seus direitos adquiridos. É hora de pararmos com esse mimi com os nossos vovôs e vovós. Devemos ensiná-los a conhecer o valor que tiveram durante a vida de trabalho, onde constituíram famílias e que a lei existe para preservá-los, agora que precisam se manter com a dignidade valorizada. Reconhecida e exercida na plena totalidade. 

Tirem a bunda do sofá. Acessem seus direitos, peçam para os netos lerem o Estatuto do Idoso. Imprimam e coloquem no bolso e saiam por aí clamando pelos seus direitos. Sejam chatos, porém justos. Vamos acabar com essa história de tutela, dó, compaixão, saiam da casinha.

AdendoA Câmara analisa o Projeto de Lei 5510/13, do deputado Henrique Oliveira (PR-AM), que impede o abrandamento de pena em caso de crimes contra idosos julgados em juizados especiais. O texto, segundo o autor, busca pôr fim a dúvidas de interpretação do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03).